Professora Neusa, defensora da história de Chorrochó

Neusa Maria Rios Menezes de Menezes/Arquivo da família

A professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes é defensora diuturna da história de Chorrochó, o que faz com absoluta seriedade e competência. Conhece como poucos, os meandros dos fatos que serviram de esteios para a edificação da sociedade chorrochoense.

A professora Neusa vem de um tempo, embora não muito distante, em que as instituições locais sustentavam as referências que indicavam o melhor caminho para a juventude.

Por isto que os jovens persistiam em seus sonhos, muitos deles elasticamente distantes, mas razoavelmente possíveis.

Neste contexto estavam as escolas públicas, bases seguras da formação dos jovens de Chorrochó.

Ninguém constrói fortaleza de caráter se não estiver alicerçado em sustentáculo familiar irrepreensível. Assim entendo.

Neusa tem razões de sobra para orgulhar-se de sua construção moral: o pai Vivaldo Cardoso de Menezes, a mãe Estefânia Rios e uma razoável constelação familiar que, ao seu redor, foi educada sob a batuta de regras claramente voltadas para o bem e sustentada em valores sociais modelares. 

Chamá-la tão somente professora não é defini-la bem. Ela reúne mais do que a nobre função de mestra. Somam-se os misteres de historiadora, pesquisadora, vigilante de seu tempo e apego às tradições da Igreja de Chorrochó.

Nossa geração viveu tempos de efervescência cultural no Colégio Normal São José. Ainda em construção de seus valores, enquanto cidade, Chorrochó recebia jovens do meio rural e circunvizinhanças e os agasalhava nas escolas da sede, mormente nos cursos ginasial e colegial.

Neusa, ainda muito jovem, mas já professora eficiente e dedicada, fazia parte desse enredo cultural.

Tenho a honra de ter sido seu aluno e a alegria do saudável convívio nos tempos de minha mocidade.  

Chorrochó nos seduzia. Éramos irrequietos, mas modestos e sonhadores.

A vida de estudantes nos encantava. E o mundo exigia mudança e participação dos jovens, embalados pelos ventos advindos dos movimentos estudantis de 1968.

Tempo de utopia e mudança de costumes. Os meios de comunicação no sertão eram rudimentares e, em razão disto, contribuímos somente com aquilo que nos foi possível, dentro dos limites de nossa humildade interiorana.

Neusa seguiu adiante, contribuiu mais, continuou contribuindo até hoje, certamente contribuirá muito mais.

Todavia, Chorrochó nunca teve apreço por sua memória. Isto se transformou em obstáculo para quem se entrega à empreitada de realizar pesquisas e estudos para compor o caminho trilhado pelas gerações passadas.

Ainda assim, a professora Neusa tem driblado tudo isto e vem escrevendo, com impressionante dedicação e desenvoltura a história de Chorrochó. É agradável reconhecer esta sua nobre tarefa em benefício do lugar.

Avessa a elogios, a professora Neusa não tem conseguido impedir que seus admiradores – e nestes me incluo – reconheçam-na como dedicada e atenta guardiã da história de Chorrochó.

Uma qualidade que mais se destaca na professora Neusa Menezes é o idealismo, que se traduz no apego às tradições, à cultura, à educação e ao engrandecimento de Chorrochó.

Outra qualidade é a modéstia, admirável modéstia sob a qual ampara seu trabalho persistente e constante voltado para o engrandecimento cultural do município.

Tarefa um tanto difícil, tendo em vista que os valores do lugar têm sido espezinhados de tal forma que até nomes de antepassados são omitidos em seguidas administrações municipais, até mesmo em solenidades cívicas.

Dentre sua vasta produção cultural, a professora Neusa Menezes publicou em 2015 o livro História de Chorrochó em coautoria com o Dr. Francisco Afonso de Menezes, ambos abalizados conhecedores da história do lugar.

A professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes é atenta às coisas de Chorrochó. Seu idealismo tem sido de grande valor para a história do município.

Post escriptum

Este artigo foi publicado em 03/10/2015, quando este blog estava no UOL. Agora editado, reproduzo-o aqui, com pequenas alterações exigidas pela passagem do tempo nesses nove anos da primeira publicação.

araujo-costa@uol.com.br

Uma consideração sobre “Professora Neusa, defensora da história de Chorrochó”

  1. Obrigada Walter.

    Francamente eu não tinha conhecimento desta públicação! Realmente estou emocionada. Foi o meu melhor presente de aniversário! Eu não sabia que era tudo isso, mas vou tomar posse e lhe agradecer. Vc é uma pessoa tão verdadeira e digna que eu estou até acreditando que sou tudo isso mesmo. Obrigado meu amigo. Eu nunca ouvi tantas verdades sobre mim por uma pessoa que realmente conhece os caminhos das letras e escrita notória. O máximo que me chamaram de ” saudosista”. E sou realmente quando a saudade é memória, é história e precisa ser escrita e conhecida por todos.

    Obrigada. Que as nossas memórias se eternizem como história.

    Um forte abraço!

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