Brasil, tempo de atrocidades.

“A Justiça é como uma serpente, só morde os pés descalços.” (Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, 1940-2015)

As ditaduras tendem a durar anos, persistem por décadas, prendem e arrebentam inocentes, matam adversários políticos, censuram, extirpam o direito de expressão e a liberdade de pensamento de seus nacionais, et cetera.

Na Espanha, a ditadura do general Francisco Franco durou 36 anos.

Na Líbia, a ditadura de Muammar Gaddafi durou 42 anos.

Em Cuba, a ditadura de Fidel Castro durou  59 anos, mas continua resistindo por força dos amigos e seguidores do castrismo que comandam o País até os dias de hoje.

Na Venezuela, a ditadura chavista já dura 26 anos, agora sustentada por Nicolás Maduro.   

Na Síria, a ditadura da família de Bashar al-Assad durou 50 anos.

No Brasil, a ditadura anterior – a dos militares – durou 21 anos.

No Brasil de agora, temos uma ditadura híbrida e estrambólica comandada por uns poucos magistrados guindados ao poder por amigos e que se acham donos do Brasil e se dizem defensores da democracia, certamente um novo conceito enviesado de democracia inventado por eles, não a democracia verdadeira e sustentada nos pilares da dignidade humana.

Democracia – sabemos todos – é incompatível com truculência e arrogância, com prisões arbitrárias, desprezo ao processo legal e ao direito de ampla defesa, censura, tolhimento de liberdade de expressão e, sobretudo, desrespeito à Constituição da República.

Não se vislumbra quando vai cessar essa barbaridade abjeta e vergonhosa que mistura política, leis e decisões autoritárias divorciadas do direito posto, do ordenamento jurídico nacional. É o espezinhamento das liberdades.

Na ditadura dos militares, tínhamos a quem recorrer, quando injustiçados e perseguidos: o Poder Judiciário. Hoje nem isto temos. Ou seja, a situação está bem pior, a sociedade está desprotegida, seus direitos estão arranhados.

Suprimiram o direito de questionar, próprio das democracias sérias e respeitáveis, mas insistem em dizer que não temos censura no Brasil.

Surrupiaram o direito de discordar, tolheram a liberdade de pensamento e de expressão e amedrontam os cidadãos de bem, enquanto corruptos e delinquentes de toda ordem são beneficiados seguidamente com constrangedoras decisões judiciais, que nos envergonham a todos.

Vivemos tempo de atrocidades.

Os cárceres estão abarrotados de “pés descalços”, as ruas e os palácios estão atulhados de delinquentes. Livres, absolutamente livres. E intocáveis.

Os exemplos pululam.

araujo-costa@uol.com.br

Uma consideração sobre “Brasil, tempo de atrocidades.”

  1. interessante notícia sob ditadura, no entanto não vejo onde foi que a ditadura militar do Brasil deu a oportunidade de alguém se defender ou procurar ajuda, acredito que quem escreveu estás poucas palavras não conhece realmente a história.Quanto aos direitos de liberdade e expressão,vejo a necessidade de cuidados, e intervenção da justiça sempre, com essa narrativa todo mundo se acha no direito de ofender, denegrir a imagem do outro sem postura, correções ou verdades. Acredito também que precisa ser feito uma limpeza nos poderes políticos brasileiros o que achou difícil com a mentalidade e ignorância de tantos.

    Curtir

Deixe um comentário