Bizarro, estrambólico: a praça é do juiz

Praça cercada por magistrado/Crédito: Danilo Verpa/Folhapress

Um magistrado de São Paulo mandou cercar com alambrado uma praça pública na região de Interlagos, zona sul da capital, alegando que a praça é dele, comprou, pagou e não se fala mais nisto.

Não é piada. Quem quiser, leia a grande imprensa que publicou a matéria exaustivamente e até, se puder, consulte a ação judicial que, segundo o juiz, lhe assegurou a propriedade da praça.

Praça Ramiro Cabral da Silva/Reprodução Google

A Prefeitura de São Paulo contesta. Diz que a praça é pública.

“Como que alguém vende uma praça? Eu moro aqui há 44 anos e sempre foi uma praça”, perguntou um morador (CBN/SP, 23/04/2024).

Pior é achar um Juiz de Direito que compre.

Mais: Sua Excelência colocou a praça à venda por R$ 1,3 milhão (Folha de S.Paulo, 22/04/2024).

Praça cercada por magistrado/Crédito: Gabriela Rangel/CBN

Não devemos estranhar.

A medida, segundo a imprensa, partiu de um juiz aposentado, o que não lhe retira o título de magistrado.

E membro do nosso justo, justíssimo Poder Judiciário.

Mas o que se esperar de um país em que ministros do Supremo Tribunal Federal – a instância máxima do Poder Judiciário – se acham donos do Brasil e, em certos casos, espezinham as leis nacionais?

Ditadura de toga é mais assustadora do que ditadura de fuzis.

Rezemos, sempre. Só nos resta rezar.

araujo-costa@uol.com.br

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