Um magistrado de São Paulo mandou cercar com alambrado uma praça pública na região de Interlagos, zona sul da capital, alegando que a praça é dele, comprou, pagou e não se fala mais nisto.
Não é piada. Quem quiser, leia a grande imprensa que publicou a matéria exaustivamente e até, se puder, consulte a ação judicial que, segundo o juiz, lhe assegurou a propriedade da praça.
A Prefeitura de São Paulo contesta. Diz que a praça é pública.
“Como que alguém vende uma praça? Eu moro aqui há 44 anos e sempre foi uma praça”, perguntou um morador (CBN/SP, 23/04/2024).
Pior é achar um Juiz de Direito que compre.
Mais: Sua Excelência colocou a praça à venda por R$ 1,3 milhão (Folha de S.Paulo, 22/04/2024).
Não devemos estranhar.
A medida, segundo a imprensa, partiu de um juiz aposentado, o que não lhe retira o título de magistrado.
E membro do nosso justo, justíssimo Poder Judiciário.
Mas o que se esperar de um país em que ministros do Supremo Tribunal Federal – a instância máxima do Poder Judiciário – se acham donos do Brasil e, em certos casos, espezinham as leis nacionais?
Ditadura de toga é mais assustadora do que ditadura de fuzis.
Rezemos, sempre. Só nos resta rezar.
araujo-costa@uol.com.br